quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O tempo do silêncio

O tempo de silêncio era preciso. Preferi ficar muda, até porque nao queria que participassem da nossa tristeza. Quando a felicidade contagiava, pois chegava a hora de retornar ao Rio, descobrimos que nao havia nenhum médico nem hospital para continuar o tratamento da nossa lindinha. Foi um caos, ficamos sem chão, eu e a Cla choramos muito.  Mas com calma e paciência, tudo que se tem que ter quando as coisas começam a não dar certo, começamos a reconstruir o nosso chão e agora a maré acalmou. A sensação de não ter casa, de não estar lá nem cá, não é nada fácil. Penso na Clarice, que poderia estar em casa, recebendo suas amiguinhas, brincando com seus brinquedos, voltando a sua vidinha. Nessas horas encontramos tanta gente do nosso lado que acalma muito a nossa dor. Agora, ganhamos um novo lar, aqui, além de nós, tem a Marcela, designer de moda; tem o Dedé, vestibulando já de cabeça raspada; a Ivani, que prepara toda a estrutura da casa com carinho e a Paula, minha companheira da hora  e que faz sapatos, cada um mais lindo que o outro. Quem quiser visitar é só entrar no site Paula Bahia. A Cla continua firme no tratamento. Nesta próxima semana terá uma internaçao de oito dias que com certeza tirará de letra. Depois fará um descanso em casa e internará de novo por quatro dias. Ufa! Daí terminará as internações e entrará na fase da Consolidação Tardia e logo, logo, chegará a hora da Manutençao. Nesta fase, acredito que depois de tantos pedidos, tantas lutas, vamos conseguir o nosso retorno. Tudo dará certo!
E Clarice na fase da Manutenção poderá voltar ao colégio e cada vez que pensamos nisso, há uma felicidade enorme invadindo o nosso coração. Parece que quando passamos por uma situaçao difícil, a vida ganha mais sabor.
E o coração não para de cantar!
Neste Natal vamos comemorar a VIDA.